terça-feira, 6 de maio de 2008

Vida vivida, sentida!

A maioria das pessoas tem idéias vagas a respeito do que querem. Sonham sobre o que desejam, sem contudo estabelecê-lo com clareza e especificidade. São cascas de nozes jogadas no oceano do destino, debatendo-se à procura de um lugar para ir. Vivendo uma vida que não foi traçada por elas. Agentes passivos de objetivos orientados pela cultura, pela sociedade, pela religião, pela escola, pelos pais.

Se eu o convidasse para uma viagem que durasse anos, a primeira coisa que você perguntaria é: para aonde vamos? Entretanto, a maioria das pessoas vem percorrendo esta longa viagem da vida sem se perguntar aonde vai chegar. É simples, mas não é nada fácil. Você pode começar ensaiando pequenos passos. A tecnologia para determinar objetivos é poderosa, mas requer uma aprendizagem, como qualquer outra coisa na vida. Não basta você sentar e decidir: “vou escrever minhas metas atuais”. Acaba virando aquele tratado de boas intenções que fazemos a cada final de ano - disposições para o novo ano, que são, normalmente, abandonadas ao final do primeiro mês. Ou aquele famoso regime que começa toda segunda-feira. Qualquer segunda, desde que seja a próxima.

Não faça de suas metas uma obsessão, mas um amigo que guia. Somos levados a crer que mais é melhor, e algum lugar é melhor do que aqui. A vida é um processo, não um resultado. Ela nos recompensa pelo que fazemos e como fazemos, não pelo que conseguimos. Determine o que você quer ser, fazer e ter.


Faça como as crianças, inicie experimentando. Nenhum malabarista começa equilibrando dez bolas. Experimenta uma, duas, três e vai aumentando o grau de dificuldade conforme domina a base da técnica. Uma grande meta pode ser equiparada a dez malabares. Comece pequeno. Designe metas de curto prazo que possam ser completadas no máximo em três meses. Não seja afoito. O tempo é um aliado, não um inimigo. Recorde-se de um equilibrista sobre uma corda. Para onde ele olha? Para a corda? Para o chão? Não. Olha para o poste, para um ponto mais à frente. Usa uma referência mais distante. Portanto, construa suas referências. Equilibre-se. Seja esperto.

Quem não sabe claramente aonde quer ir, corre o risco de chegar onde não deseja. Ou, quem não sabe o que procura não reconhece quando acha. Coloque sua meta em termos claros e concisos, assim não deixará margem para interpretações equivocadas, alem de permitir visualizar o que deseja atingir. Por exemplo, alguém que quer ter fluência em língua inglesa tem um objetivo vago e este objetivo fornece várias interpretações. Mas se usarmos como referência “atingir x pontos num exame de proficiência”, todas as dúvidas desaparecerão, pois escrito desta forma se tem a noção clara de ter alcançado ou não, alem de possibilitar que se saiba exatamente o que se almeja. Outra maneira simples de avaliar a clareza com a qual se escreveu uma meta é imaginar que qualquer um, até mesmo uma criança recém-alfabetizada, possa ler e compreender o que leu. Se não ficar claro, ou ela ficar espantada, releia. Você pode ter se enganado, ou não ter sido específico o suficiente. E não esqueça, sob nenhuma hipótese, que, se não estiver escrito, não é meta. Normalmente, não registrar é uma boa maneira de defender-se da frustração de não atingir o objetivo.

Se o objetivo é seu, você deve saber porque é importante. Muitas vezes nos predispomos a conquistas que não têm nada a ver com nossas necessidades. Independente do que você queira atingir, a meta deve ser importante para você, deve ter significado pessoal. Não perca seu tempo encontrando motivos em outras pessoas. As necessidades são suas. Se outros puderem ser beneficiados, ótimo. Se não, investigue os seus motivos. É legítimo que você pense primeiro em si. Você talvez não possa resolver os problemas do mundo, mas pode muito bem cuidar do seu quintal.

Coloque um desafio. Algo em que valha a pena colocar sua energia. O futuro reserva muitos desafios, mas a escolha daqueles que desejo superar sempre é minha. Pessoas de sucesso travam constante combate para alcançar seu aperfeiçoamento. Está orientado em ser mais, em diferenciar-se. Não em relação aos outros, mas focado em seus próprios critérios. Independente dos resultados dos outros. Compete consigo mesmo. A realização de um objetivo deve proporcionar-lhe satisfação pelo seu investimento em energia pessoal. Se você não encontrar nenhuma satisfação em realizar sua meta, é porque você não tem meta nenhuma.

Por fim, é fundamental que sua meta tenha prazo para ser alcançada. Este é um dos itens mais simples e complexos para analisar. Existe uma tendência a protelar a colocação de uma data para que as coisas se realizem. É óbvio. A data indica se alcancei ou não o que elegi como alvo para mim. Com um tempo final, você pode eliminar distrações, fixar-se no essencial, pensar com mais clareza e ser criativo. Data significa dia, mês e ano. Não use tempos vagos. É uma maneira de enganar-se com o prazo.

Dar sentido a vida é, em suma, uma questão de se dar possibilidade de sucesso, mas também de fracasso. Se não tem possibilidade de fracasso, também não tem de sucesso, e desta forma não se tem metas. É necessário perceber que, quando tenho metas, mesmo que não as alcance, eu sempre ganho. Portanto desafie-se e sucesso.



Fernanda Miranda

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